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Quem faz transplante de fígado tem vida normal?

atualizado em: 10/18/2023
Tempo de Leitura: 4 minutos
Sumário

Após um transplante de fígado bem-sucedido, muitos pacientes retornam às suas vidas normais, desfrutando de saúde restaurada e bem-estar. Com cuidados adequados, medicação e acompanhamento médico, essa realidade é possível.

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O fígado, um órgão localizado na parte superior direita do abdome, imediatamente abaixo das costelas, desempenha uma série de funções cruciais para a manutenção da saúde. 

Entre suas funções estão o processamento de nutrientes, detoxificação do sangue, armazenamento de glicose, vitaminas e minerais, síntese de proteínas, como a albumina, e de fatores de coagulação, e produção de bile, uma substância essencial para a digestão de gorduras no intestino. 

Porém, quando o fígado enfrenta doenças graves ou disfunções irreparáveis, o transplante de fígado se torna uma opção de tratamento que pode oferecer uma segunda chance de vida. 

Neste artigo, vamos explorar o transplante de fígado, incluindo quais as indicações, como é a cirurgia, como é o pós-operatório e se é possível ter uma vida normal após o transplante. Leia até o final e saiba mais!

Quando o transplante de fígado é necessário?

O transplante de fígado é um procedimento cirúrgico no qual um fígado saudável, proveniente de um doador vivo ou falecido, é transplantado para uma pessoa que possui um fígado gravemente doente ou disfuncional. 

Essa cirurgia é realizada com o objetivo de substituir o fígado doente pelo órgão doador saudável, permitindo que o receptor recupere as funções hepáticas normais e tenha uma melhor qualidade de vida.

Algumas das indicações mais comuns para um transplante de fígado incluem:

  • Cirrose: é uma condição na qual o fígado é gradualmente substituído por tecido cicatricial, reduzindo sua capacidade de funcionar adequadamente, podendo necessitar de um transplante de fígado.
  • Hepatite crônica: certos tipos de hepatite viral, como a hepatite B e C, podem levar a danos hepáticos progressivos e à necessidade de um transplante de fígado.
  • Câncer de fígado: em alguns casos, o transplante de fígado é uma opção para pacientes com câncer de fígado em estágio inicial, quando a cirurgia é viável.
  • Doença hepática alcoólica: o abuso crônico de álcool pode levar à cirrose e, eventualmente, à necessidade de um transplante de fígado.
  • Defeitos congênitos: algumas pessoas nascem com problemas no fígado que podem exigir um transplante de fígado em idade mais jovem.
  • Insuficiência hepática aguda: é causada principalmente por overdose de medicamentos ou hepatite fulminante e pode necessitar de um transplante de fígado de emergência.

Antes de um transplante de fígado, o paciente passa por uma avaliação rigorosa para determinar se é um candidato adequado. Isso inclui testes de função hepática, exames de imagem e avaliação de condições médicas subjacentes. 

Além disso, a equipe médica avalia o estado psicológico e social do paciente para garantir que ele esteja preparado para enfrentar a fase de pós-transplante.

Como é realizado o transplante de fígado?

O transplante de fígado é uma cirurgia complexa que pode durar de 6 a 12 horas, dependendo do caso. Os principais passos do procedimento incluem:

  • Retirada do fígado do doador: em casos de doador falecido, o fígado é retirado com técnicas cirúrgicas precisas, preservando cuidadosamente vasos sanguíneos e ductos biliares. Em transplantes de doadores vivos, uma porção do fígado do doador é removida e implantada no receptor.
  • Preparação do receptor: o fígado do receptor é removido, e a área de implantação é preparada.
  • Implantação do fígado doador: o órgão é conectado aos vasos sanguíneos e aos ductos biliares do receptor.
  • Finalização da cirurgia: após a implantação bem-sucedida, a circulação sanguínea é restaurada, e o paciente é cuidadosamente monitorado durante a recuperação inicial.

Como é o pós-operatório do transplante de fígado?

O período pós-operatório de um transplante de fígado é crucial para o sucesso a longo prazo. Durante essa fase, o paciente é acompanhado pela equipe médica e pode enfrentar desafios, como:

  • Rejeição: o sistema imunológico do paciente pode reconhecer o novo fígado como um invasor e atacá-lo. Por isso, medicações imunossupressoras são utilizadas para evitar essa reação.
  • Infecções: devido à supressão do sistema imunológico, o paciente está mais suscetível a infecções. Cuidados rigorosos com higiene e medicamentos antibióticos podem ser necessários.
  • Complicações cirúrgicas: o paciente pode enfrentar complicações cirúrgicas, como vazamento de bile ou problemas com os vasos sanguíneos. Esses problemas devem ser tratados imediatamente.

É possível ter uma vida normal após o transplante de fígado?

Sim, é possível ter uma vida normal após um transplante de fígado, mas isso requer compromisso e cuidados contínuos. Muitos pacientes desfrutam de uma qualidade de vida melhor do que antes do transplante, retomando atividades normais, como trabalho e lazer. 

No entanto, alguns pontos a serem considerados incluem:

  • Medicação contínua: a maioria dos pacientes precisará de medicação imunossupressora pelo resto da vida para evitar a rejeição do fígado transplantado.
  • Estilo de vida saudável: uma alimentação equilibrada, exercícios regulares e evitar o álcool e o tabaco são fundamentais para manter a saúde do fígado.
  • Acompanhamento médico: consultas regulares com um especialista em transplante de fígado são necessárias para monitorar a função do fígado e ajustar a medicação conforme necessário.
  • Apoio psicológico: alguns pacientes podem enfrentar desafios emocionais após o transplante de fígado, como ansiedade ou depressão. O apoio psicológico é essencial.

O transplante de fígado é uma intervenção médica que oferece esperança e uma segunda chance de vida para pessoas que sofrem de doenças hepáticas graves. 

Com avanços na medicina e na tecnologia, os transplantes de fígado têm se tornado cada vez mais bem-sucedidos. No entanto, é importante lembrar que o sucesso a longo prazo depende do compromisso do paciente em seguir as orientações médicas. 

Com os devidos cuidados, muitos pacientes podem desfrutar de uma vida normal e saudável após o procedimento, retornando às suas atividades diárias.

Dr. Igor Lepski Calil
CRM: 130079
RQE: 100065 / 100066

Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP.
Fiz residência em Cirurgia Geral e Cirurgia do Aparelho Digestivo no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e em Transplante de Órgãos Abdominais no Hospital das Clínicas de São Paulo. Além disso, tive oportunidade de participar de uma Surgery Observation no Indiana University Hospital em 2012 nos Estados Unidos.
Meu foco é em casos complexos como Falência Intestinal, Transplante de Intestino e Multivisceral, além de Transplante de Fígado e Cirurgia Hepato-Bilio-Pancreática.

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